Nova Tarifa de Intercâmbio: o que muda para fintechs?

Wagner Moraes, CEO da A&S Partners, especialista em fintechs e Meios de Pagamento, destaca que as fintechs ainda deverão passar por mais mudanças. Será preciso repensar o modelo de isenção de tarifas em diversas linhas para que possam compensar e aumentar a rentabilidade, caso contrário, sofrerão perdas sensíveis em suas receitas, comprometendo seu futuro.

Recentemente o Banco Central alterou as regras sobre a Tarifa de Intercâmbio (TIC) dos cartões de débito e pré-pagos. A partir da nova regra, o BC limitou a tarifa de intercâmbio de cartões pré-pagos a 0,7% do valor da transação e simplificou as regras de cálculo desse limite nos cartões de débito, além de estabelecer o mesmo prazo para a disponibilização dos recursos aos estabelecimentos comerciais, independentemente de ser cartão de débito ou pré-pago.

Para Wagner Moraes, CEO da A&S Partners e especialista em fintechs e Meios de Pagamento, a mudança – que entra em vigor a partir de 01 de abril de 2023 – representa um avanço para o mercado, no sentido de reduzir as assimetrias das tarifas de intercâmbio nas contas de pagamento pré-pagas e de depósitos. “As tarifas de intercâmbio são definidas pelas bandeiras e cobradas para remunerar o emissor do cartão. Elas são um componente da MDR, a taxa de desconto que as empresas de “maquininha” recolhem dos lojistas”, salienta.

No setor de fintechs, grande impacto está na redução das receitas. Segundo Wagner, a grande maioria das fintechs prefere operar com cartões pré-pagos por serem de menor custo operacional e fácil implantação. Com isso, obtêm uma receita complementar nas suas operações.

“As Fintechs precisam aumentar o leque de produtos e serviços oferecidos mais rapidamente para que possam ter mais linhas de receitas e depender menos das operações com cartões. Também será preciso repensar o modelo de isenção de tarifas em diversas linhas para que possam compensar e aumentar sua rentabilidade, caso contrário, sofrerão perdas sensíveis em suas receitas, o que poderá comprometer o seu futuro”, alerta o especialista.

Para o especialista, os modelos de zero anuidade, não cobrança de tarifas ou tarifas reduzidas implementados pelas fintechs tende a diminuir e até acabar, pois é insustentável a longo prazo em função dos custos operacionais que possuem. “As fintechs se apoiam nessa estratégia para que possam ter diferenciais frente aos bancos tradicionais e conquistar mais clientes, destacando as tarifas absurdas desses bancos sobre as transferências e movimentações financeiras. Uma situação que também precisa acabar”, destaca.

Como conselho final, Moraes destaca que as fintechs precisam repensar o modelo de negócios mais rapidamente, serem mais eficientes em suas linhas de produtos, diversificar as atividades de forma mais rápida e intensificar os esforços no UX (User Experience).

*As informações contidas nesta publicação não representam necessariamente as opiniões desse portal.

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